Enfim a chuva dava uma trégua. Só então o detetive Zaneraro saiu do carro em algum lugar na Asa Sul, com uma pasta de couro na mão. Deixou o veículo num estacionamento comum nos prédios do Plano Piloto e caminhou pelo saguão aberto de um desses até alcançar uma rua comercial, cujas vagas de estacionamentoContinuar lendo “Relatório de Serviços”
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A Caixa
Os fenômenos celestes carentes de explicação mais contundente sempre fascinaram e fascinam as pessoas. Difícil alguém negar o desejo de testemunhar um dançante ponto brilhante no céu, mesmo que, em sua imaginação, isso pudesse representar uma ameaça à raça humana. Para o cético, há explicações mais plausíveis do que naves procedentes de outros mundos. EContinuar lendo “A Caixa”
A Cortina
Duas horas da tarde de uma segunda-feira. Benito retorna à delegacia na Asa Norte após almoçar em um restaurante nas proximidades. No seu escritório de investigador junta os dezoito boletins de ocorrência registrados pela manhã e os ajusta batendo dois lados da pilha sobre a mesa. Perda de documentos, ameaça, vias de fato… Pessoa desaparecida.Continuar lendo “A Cortina”
Jamal, Jê e Bê
Jamal fazia o dejejum enquanto deslizava o indicador sobre a tela do celular. Despreocupado da rotina naquele domingo de manhã, fez a refeição calmamente, no ritmo da leitura das notícias. Nem a louça suja, acumulada desde sexta-feira, o preocupou. Foi ao banheiro escovar os dentes e viu-se incomodado pelo odor da lixeira, que transbordava. AoContinuar lendo “Jamal, Jê e Bê”
Madrugário
Do dia 16 de agosto. 2:00 – Hora de se retirar após dois episódios de Space Force; 2:10 – Já deitado, mas sem sono, vejo um episódio de Futurama; 2:30 – O vizinho de cima vai ao banheiro. Ao retornar pro quarto, faz barulho com sei-lá-o-que (como se abrisse caminho num paiol abarrotado de tranqueiras);Continuar lendo “Madrugário”
O Penico
Novamente a infância… Novamente as bicicletas… Ah, as bicicletas. Sempre tem história pra contar sobre as magrelas. Todo mundo tem, até quem não sabe rodar em uma. O nono e a nona, pais da minha mãe, acho que nunca aprenderam. A mãe conta que uma professora deixava a bike, digo, bicicleta na casa deles paraContinuar lendo “O Penico”
Andar de Bicicleta
Mais que a experiência do aprendizado de andar de bicicleta, memórias. Ao resgatar este texto, percebi quantos detalhes já tinham sido perdidos desde a criação, há alguns anos, até hoje. Nos tempos de criança, quando não havia as opções tecnológicas de diversão de hoje, adorávamos andar de bicicleta. Mas era andar literalmente, não tinha deContinuar lendo “Andar de Bicicleta”
Roubando Goiabas
Este texto foi publicado no livro Khronikôtos, da minha querida mãe, Sueli T. M. Mazurana. Aliás, o texto “Na Banda Estrela do Oriente” também está naquela publicação sob o título “Na Banda”. Era um tempo em que eu ainda era adolescente, um moleque de, sei lá, uns treze ou quatorze anos, mais provavelmente. Andava sempreContinuar lendo “Roubando Goiabas”
Na Banda Estrela do Oriente
Orleans tinha uma banda musical chamada Estrela do Oriente, não sei se ainda existe: ela morre e ressuscita a cada tanto, no momento deve estar morta, aguardando nova vida. Era uma banda de metais basicamente, com alguns instrumentos de palheta como clarinetes e saxofones, acompanhados por tambores. A banda era composta por pessoas – leia-seContinuar lendo “Na Banda Estrela do Oriente”
PIN
O meu sobrinho mais velho, o Cacau, foi uma grande novidade quando ainda residíamos todos com meus pais em Orleans. Seria a primeira vez que um bebê viveria sob o mesmo teto que eu. Isso porque a Mity e o Marcelo ficaram na casa de madeira, enquanto o resto da família foi para a casaContinuar lendo “PIN”